segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Fábula das Abelhas, de Bernard de Mandeville

Poema de 1714, de autoria do escritor holandês Bernard de Mandeville. Conta a história de uma colmeia que prosperava com os "vícios" (o comportamento egoísta) das abelhas. Quando estas se tornaram abelhas virtuosas (não agiam mais em interesse próprio, mas pelo bem de todas), a colmeia desandou.

Essa ideia está no centro do capitalismo liberal defendido por Adam Smith em 1776, em sua obra "A riqueza das nações". O homem, com sua liberdade, rivalidade e desejo de ganhar, é "guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção" - ele age de modo involuntário em nome do interesse maior da sociedade. Em outras palavras, agindo egoisticamente em busca de seu próprio bem, o homem acaba promovendo o bem comum. Ao contrário, quando uma força institucionalizada tenta promover uma virtude humana inexistente (como o fazem todas as utopias coletivistas) em nome da construção de uma sociedade melhor, o resultado é - sempre e invariavelmente - o oposto daquilo que se almejava originalmente.

Uma grande colméia, repleta de abelhas,
Que viviam com luxo e comodidade,
Porém eram tão famosas por leis e armas
Quanto por copiosos e precoces enxames,
Era tida como o grande berço
Das ciências e da indústria.
Não havia abelhas que possuíssem governo melhor,
Maior volubilidade ou menos contentamento;
Não eram escravas da tirania,
Nem governadas pela desenfreada Democracia,
E sim por reis, que não podiam errar,
Pois seu poder era restrito por leis.
Esses insetos viviam como os homens,
E todas as nossas ações executavam em miniaturas;
Faziam tudo o que se faz na cidade,
E o que é da alçada da espada ou toga,
Embora os trabalhos engenhosos dos membros minúsculos
De tão ligeiros escapassem à vista humana.
Entretanto, não temos máquinas, trabalhadores,
Navios, Castelos, armas, artífices,
Ofício, ciência, loja ou instrumento
Para os quais não possuíssem equivalente;
Estes, sendo sua língua desconhecida,
Devem ser chamados com os nomes que damos aos nossos.
Como concessão, entre outras coisas,
Queriam dados, mas tinham reis,
E estes tinham guardas, do que se pode, acertadamente,
Concluir que algum jogo havia,
A menos que exista um regimento
De soldados que não pratique nenhum.
Grandes números abarrotavam a fértil colméia,
Porém essa multidão fazia com que prosperassem;
Milhões empenhavam-se em satisfazer
Mutuamente sua cupidez e vaidade,
Enquanto outros milhões labutavam
Para ver destruídas suas obras.
Abasteciam metade do universo,
Porém tinham mais trabalho que trabalhadores.
Alguns, com grande capital e pouco esforço,
Lançavam-se a negócios de fabulosos lucros;
Outros estavam condenados à foice e à espada,
E a todos esses árduos e cansativos ofícios
Nos quais, voluntariamente, desgraçados suam dia após dia,
Esgotando as forças e os membros para poderem comer,
Enquanto outros se dedicavam a mistérios
Aos quais poucos encaminhavam aprendizes,
Que não requeriam outro cabedal senão o descaramento,
E podiam estabelecer-se sem um centavo sequer,
Como trapaceiros, parasitas, gigolôs, jogadores,
Punguistas, falsários, charlatães, adivinhos
E todos os que, inimigos
Do trabalho honesto, astuciosamente
Convertiam em seu próprio benefício
O trabalho do afável e incauto próximo.
A esses chamavam velhacos, mas exceto pelo nome,
Os austeros industriosos eram iguais;
Todos os negócios e cargos tinham algo de desonesto,
Nenhuma profissão era isenta de embustes.
Os advogados, cuja arte tinha por base
Suscitar contendas e dividir causas,
Opunham-se a todos os registros, pois as trapaças
Poderiam dar mais trabalho com propriedades hipotecadas,
Como se fosse ilegal que o patrimônio de alguém
Fosse conhecido sem uma ação judicial.
Postergavam deliberadamente as audiências,
Para embolsar polpudos honorários,
E, para defender uma causa iníqua,
Examinavam e observavam as leis,
Como ladrões que espreitam lojas e casas
Para descobrir qual o seu ponto fraco.
Médicos valorizavam fama e riqueza
Acima da saúde dos depauperados pacientes
Ou de sua própria habilidade; a maior parte estudava,
Em vez de as regras da arte,
Olhares graves e pensativos e atitudes apáticas,
Para ganhar a simpatia do boticário
E elogios das parteiras, sacerdotes
E todos os que lidavam com nascimentos e funerais,
Suportar a incessante tagarelice da tribo,
E ouvir a tia da dona da casa prescrever,
Com um sorriso afetado e um cortês “como vai?”
Para bajular toda a família
E, o que é o pior de todos os tormentos,
Agüentar a impertinência das enfermeiras.
Entre os muitos sacerdotes de Júpiter,
Contratados para invocar as bênçãos do céu,
Alguns havia sábios e eloqüentes,
Mas milhares lascivos e ignorantes;
Contudo, todos preenchiam os requisitos que podiam ocultar
Sua preguiça, luxúria, avareza e orgulho,
Pelos quais eram tão famosos quanto alfaiates
Por sonegar retalhos e marinheiros por rum.
Alguns, magros e pobremente vestidos,
Rezavam misticamente por pão,
Com isso querendo dizer uma farta despensa,
Contudo, literalmente, não recebiam nada além.
E, enquanto esses santos labutadores passavam fome,
Alguns preguiçosos a quem serviam
Abandonavam-se ao ócio, com todas as graças
Da saúde e da fartura nas faces.
Os soldados, que eram forçados a lutar,
Se sobrevivessem, auferiam honrarias,
Embora alguns, que se esquivavam de brigas sangrentas,
Houvessem sido feridos na fuga.
Alguns generais valentes combatiam os inimigos,
Outros aceitavam suborno para deixa-los escapar;
Alguns aventuravam-se sempre onde a luta era mais renhida,
Perdiam ora uma perna, ora um braço,
Até que, totalmente inválidos, eram postos de lado,
E viviam com a metade do soldo,
Enquanto outros nunca apareciam no campo de batalha,
E ficavam em casa recebendo em dobro.
Seus reis eram servidos, porém astutamente
Logrados pelo seu próprio ministério;
Muitos, que pelo seu bem-estar arduamente trabalhavam,
Roubavam a própria coroa a quem salvavam;
As pensões eram pequenas, e eles viviam à larga,
Porém jactavam-se de sua honestidade,
Chamando, sempre que extrapolavam seus direitos,
Gratificação a seu logro matreiro;
E, quando entendiam seu jargão,
Mudavam o nome para emolumento,
Relutantes em ser concisos ou explícitos
Com tudo o que se referisse a ganhos;
Pois não havia abelha que não quisesse
Ganhar mais, não direi, do que merecia,
Porém do que ousava permitir que soubessem
Aqueles que lhes pagavam, como jogadores
Que, embora jogando limpo, nunca revelam
Aos perdedores o quanto ganharam.
Mas quem pode enumerar todas as suas fraudes?
O próprio material que na rua
Vendiam como esterco para enriquecer o solo,
Freqüentemente, como descobria o comprador,
Era sofisticado com um quarto
De pedras e argamassa imprestáveis,
Embora pouca razão tivesse para queixar-se
Aquele que também vendia gato por lebre.
A própria Justiça, célebre pela equanimidade
Embora cega não perdera o tato;
Sua mão esquerda, que deveria sustentar a balança,
Deixara-a muitas vezes pender, subornada com ouro;
E, conquanto parecesse imparcial,
Quando se tratava de punição corporal,
Alardeava seguir curso regular
Em assassinatos e todos os crimes violentos,
Porém alguns, primeiro mandados ao pelourinho por desonestidade,
Eram enforcados na própria corda com que haviam sido açoitados.
Contudo, pensava-se, a espada que ela empunhava
Reprimia apenas os pobres e desesperados
Que, impelidos por mera necessidade,
Eram amarrados à árvore dos desgraçados
Por crimes que não mereciam tal destino,
Senão para proteger os ricos e poderosos.
Assim, o vício imperava em cada parte,
Embora o todo fosse um paraíso;
Incensados na paz, temidos na guerra,
Tinham o respeito dos estrangeiros,
E, na abundância de riqueza e vidas,
Eram a força preponderante entre todas as colméias.
Tais eram as bênçãos daquele estado
Que seus crimes conspiravam para torna-lo grandioso;
E a virtude, que com a política
Aprendera milhares de artifícios sutis,
Tornara-se, pela feliz influência,
Amiga do vício, e desde então
O pior elemento em toda a multidão
Fazia algo para o bem comum.
Era essa a estatística que regia
O todo, do qual cada parte reclamava;
Isso, como na harmonia musical,
Conciliava as dissonâncias no geral.
Grupos diretamente opostos
Ajudavam-se mutuamente, como por perversidade,
E a temperança e a sobriedade
Serviam à embriaguez e à gula.
A avareza, raiz do mal,
Esse maldito, perverso, pernicioso vício,
Era escrava da prodigalidade,
O pecado nobre; enquanto o luxo
Empregava um milhão de pobres,
E o orgulho odioso, mais um milhão.
A própria inveja e a vaidade
Eram ministros da indústria;
Sua extravagância predileta, a volubilidade
No comer, vestir-se e mobiliar,
Tornara-se, vício estranho e ridículo,
A própria roda que movia os negócios.
Suas leis e seus trajes eram, igualmente,
Coisas mudáveis,
Pois, o que em certo momento era bem visto,
Meio ano depois tornava-se crime.
Entretanto, enquanto assim alteravam suas leis,
Sempre encontrando e corrigindo imperfeições,
Através da inconstância reparavam falhas
Que a prudência não poderia prever.
Assim, o vício fomentava a engenhosidade
Que, unida ao tempo e ao trabalho,
Propiciava as comodidades da vida,
Seus verdadeiros prazeres, confortos e facilidades,
A tal ponto que mesmos os pobres
Viviam melhor que os ricos de outrora,
E nada mais havia a acrescentar-se.
Como é vã a felicidade dos mortais!
Tivessem eles noção dos limites da bem-aventurança,
E de que a perfeição, cá embaixo,
Está acima do que os deuses podem conceder,
E os queixosos animais ter-se-iam contentado
Com ministros e governo.
Porém eles, a cada sobrevento,
Como criaturas irremediavelmente perdidas,
Maldiziam os políticos, o exército, as frotas,
Enquanto cada um gritava “Abaixo os desonestos!”,
Apesar de cônscio dos próprios defeitos,
Dos demais, barbaramente, não tolerava nenhum.
Um, que conseguira patrimônio principesco
Enganando o patrão, o rei e os pobres,
Atrevia-se a bradar “Que a terra pereça
Por todas as suas fraudes!”; e quem pensais”
Que o patife pregador do sermão censurava?
A um luveiro, que vendera couro grosseiro por pelica!
A menor coisa feita incorretamente,
Ou que obstasse aos negócios públicos,
E já todos os velhacos gritavam disfarçadamente:
“Oh, Deus! Se ao menos houvesse honestidade!”
Mercúrio sorria ante a imprudência,
E outros chamavam-na falta de senso,
Sempre a protestar contra o que amavam.
Porém, Júpiter, cheio de indignação,
Finalmente, irritado, jurou livrar
Da fraude a vociferante colméia. E assim o fez.
No mesmo momento, ela se foi
E a honestidade encheu seus corações;
Revelaram-se-lhes, como na árvore do conhecimento,
Os crimes dos quais se envergonharam,
E que então, em silêncio, confessaram,
Enrubescendo ante sua torpeza,
Como crianças que, desejando esconder suas faltas,
Pela cor denunciam os pensamentos,
Imaginando, ao serem olhados,
Que os outros vêem o que fizeram.
Porém, oh deuses! Que consternação!
Quão grande e súbita foi a alteração!
Em meia hora, no país inteiro,
A carne caiu um pêni por libra;
A máscara da hipocrisia despencou,
Do grande estadista ao palhaço;
E alguns, tão conhecidos pela aparência afetada,
Pareceram estranhos com a sua natural.
O tribunal ficou silencioso a partir de então,
Pois agora os devedores, voluntariamente, pagavam
Mesmo o que os credores haviam esquecido,
E estes desobrigavam os que não podiam saldar as dívidas.
Os que estavam sem razão calaram-se
E desistiram dos esfarrapados e vexatórios processos,
Com o que, já que ninguém prospera menos
Do que advogados em uma colméia honesta,
Todos, exceto os que tinham grandes posses,
Partiram, levando consigo seus tinteiros.
A justiça enforcou alguns, outros libertou,
E, após esvaziarem-se as prisões,
Não mais sendo necessária sua presença,
Retirou-se com todo o seu cortejo e pompa.
Na vanguarda marcharam ferreiros, com cadeados e grades,
Grilhões e portas com chapas de ferro;
A seguir, carcereiros, guardas e ajudantes;
Á frente da deusa, a alguma distância,
Seu fiel ministro principal,
Dom Algoz, o grande executor da lei,
Empunhando não a espada imaginária,
Mas seus próprios instrumentos, o machado e a corda;
Então, em uma nuvem, a bela de olhos vendados:
A justiça em pessoa, impelida pelo ar;
Em volta de sua carruagem, e na retaguarda,
Seguiram sargentos, esbirros de todas a espécie,
Beleguins e todos aqueles funcionários
Que das lágrimas arrancam seu sustento.
Embora vivesse a medicina enquanto houvesse doentes,
Ninguém prescrevia senão abelhas habilitadas,
As quais dispersaram-se tanto pela colméia
Que nenhuma precisava de condução;
Deixaram de lado controvérsias inúteis e esforçaram-se
Por livrar os pacientes do sofrimento;
Abandonaram as drogas produzidas em países desonestos
E usaram os produtos da sua própria terra,
Sabendo que os deuses não mandam doenças
A nações sem remédios.
O clero despertou da preguiça;
Não mais delegaram suas incumbências às abelhas auxiliares;
Isentos de vício, serviram pessoalmente
Aos deuses, com oração e sacrifício.
Todos os que eram inaptos, ou sabiam
Serem dispensáveis seus serviços, retiraram-se;
Nem havia trabalho para tantos
(se é que os honestos precisam de algum).
Somente uns poucos permaneceram com o sumo-sacerdote,
A quem os demais juraram obediência;
Ele próprio ocupou-se de assuntos divinos,
Cedendo a outro os negócios de estado.
Não escorraçou de sua porta nenhum faminto,
Nem roubou aos pobres seu salário;
Em sua casa os esfomeados foram alimentados,
Os subordinados tiveram pão sem restrições,
E os viajantes necessitados, cama e comida.
Entre os grandes ministros do rei
E todos os administradores subalternos
A mudança foi grande pois, frugalmente,
Passaram a viver de seu salário.
Que uma abelha pobre viesse dez vezes
Pedir o que lhe era devido, uma quantia irrisória,
E por um escrivão bem pago fosse obrigada
A dar algo por fora ou nunca receber,
Seria agora considerado absoluta desonestidade,
Embora antes fosse prerrogativa.
Todos os lugares, antes administrados por três,
Que vigiavam mutuamente suas velhacarias,
E muitas vezes, por camaradagem,
Promoviam os roubos uns dos outros,
Felizmente passaram a ser geridos por um só;
Com isso, foram-se outros milhares.
Nenhuma honra agora poderia satisfazer-se
Em viver devendo pelo que gastava;
Librés ficaram expostas em lojas de penhores,
Desfizeram-se de carruagens por uma pechincha,
Venderam cavalos magníficos às parelhas,
E casas de campo para saldar dívidas.
Evitou-se o gasto inútil tanto quanto a fraude;
Não mais mantiveram exércitos no exterior;
Riram-se da estima dos estrangeiros
E das glórias vãs conseguidas com guerras;
Lutaram, mas pelo bem da pátria,
Quando o direito e a liberdade estavam em jogo.
Olhai agora a gloriosa colméia e vede
Como se conciliam honestidade e negócios:
O espetáculo terminou; esvaiu-se rapidamente,
E apresentou-se com face bastante diversa,
Pois não só foram-se aqueles
Que somas vultosas gastavam anualmente,
Mas multidões, que neles tinham seu ganha-pão,
Foram diariamente forçadas a fazer o mesmo;
Inutilmente buscara outros ofícios,
Pois estavam todos superlotados.
Caiu o preço da terra e das casas;
Palácios maravilhosos, cujos muros,
Como os de Tebas, foram feitos para o espetáculo.
Puseram-se para alugar, enquanto os outrora garridos,
Bem estabelecidos deuses domésticos ficariam
Mais satisfeitos em morrer no fogo do que ver
A modesta inscrição na porta
Sorrir das soberbas que eles exibiam.
A construção civil foi aniquilada,
Não se empregaram mais artífices,
Nenhum pintor ganhou fama por sua arte,
Canteiros e entalhadores não se tornaram conhecidos.
Os que permaneceram tornaram-se moderados,
Esforçaram-se não para gastar, mas para viver,
E, tendo pago a conta da taverna,
Resolveram lá não mais entrar.
Nenhuma ex-noiva de taverneiro em toda a colméia
Pôde, então, usar tecidos de ouro e prosperar,
Nem perdulários adiantar tão grandes quantias
Para borgonhas e verdascos.
Foi-se o cortesão que com sua querida,
Diariamente ali jantava um banquete de natal,
Gastando, em duas horas de estada,
O que sustentaria o dia todo uma tropa de cavalaria.
O arrogante Cloé, que para viver à grande,
Fizera seu marido roubar ao Estado,
Agora, contudo, vendeu sua mobília,
Que fora saqueada nas Índias,
Reduziu o dispendioso cardápio,
E usou um ano inteiro os mesmo trajes duráveis:
A era da futilidade e do capricho passou,
E as roupas, bem como as modas, permaneceram.
Tecelões que produziam ricos brocados
E todos os ofícios subordinados
Extinguiram-se. Ainda reinava a paz e a abundância,
E tudo era barato, porém simples.
A bondosa Natureza, livre do jugo dos jardineiros,
Concedia todos os frutos no seu próprio tempo;
Contudo, raridades não se podia mais obter
Quando os esforços para consegui-las não eram pagos.
À medida que minguaram orgulho e luxo,
Gradativamente deixaram os mares,
Agora não os mercadores, mas companhias.
Fecharam fábricas inteiras.
Todas as artes e ofícios foram abandonados.
O contentamento, ruína da indústria,
Fê-lo apreciar seu estoque caseiro
E não buscar nem cobiçar mais.
Assim, poucos permaneceram na vasta colméia;
Não puderam manter nem a centésima parte
Contra as afrontas dos numerosos inimigos,
A quem, valentemente, enfrentavam,
Até encontrar algum refúgio bastante fortificado,
Onde morriam ou defendiam seu território.
Não houve mercenários em seu exército;
Bravamente, lutaram eles próprios.
Sua coragem e integridade
Foram finalmente coroadas com a vitória.
Triunfaram, porém não sem custo,
Pois milhares de abelhas pereceram.
Calejadas dos árduos trabalhos e exercícios,
Consideraram vicio a própria comodidade,
O que aperfeiçoou de tal modo sua moderação.
Que, para evitar extravagâncias,
Voaram para uma árvore oca,
Abençoadas com satisfação e honestidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário